sexta-feira, 12 de setembro de 2025

O Cristão e o Pecado Aceitável da Glutonaria

 

    Quando falamos em pecado, logo pensamos em atitudes como mentira, imoralidade sexual, inveja ou idolatria. No entanto, existe um “pecado aceitável” que muitas vezes passa despercebido entre os cristãos: a glutonaria. Esse comportamento, apesar de presente na Bíblia como algo condenável, é frequentemente relativizado ou até tratado como algo engraçado, sem o devido peso espiritual.


O que é glutonaria?

    A glutonaria vai além de simplesmente gostar de comer. Ela se refere ao excesso, ao descontrole diante do alimento, à busca de satisfação na comida em vez de encontrar essa plenitude em Deus. Comer é uma bênção divina — o Senhor nos deu a provisão necessária para o sustento e até para o prazer. Mas quando o alimento se torna um ídolo, ocupando um lugar indevido no coração, ele se transforma em pecado.

O que a Bíblia diz sobre a glutonaria?

    A Palavra de Deus não ignora esse tema. Em Provérbios 23:20-21 lemos:
"Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne; porque o beberrão e o comilão cairão em pobreza, e a sonolência os fará vestir-se de trapos."

    Aqui, a gula é apresentada como um caminho de consequências sérias, ligadas à falta de domínio próprio e até à ruína. Além disso, em 1 Coríntios 6:19-20 somos lembrados de que o nosso corpo é templo do Espírito Santo. Logo, o cuidado com a saúde física e espiritual faz parte da nossa vida de santidade.

Por que tratamos a glutonaria como “pecado aceitável”?

Parte da explicação está na cultura. As refeições, festas e encontros sociais giram em torno da comida, e isso é algo bom em si. Porém, quando o exagero se torna habitual, tendemos a normalizar essa prática. É mais fácil confrontar pecados visíveis nos outros do que enfrentar os nossos próprios excessos diante da mesa.

O chamado do cristão ao domínio próprio

    O fruto do Espírito inclui o domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Reconhecer a glutonaria como pecado não significa viver de forma rígida, sem prazer nas refeições. Pelo contrário, significa desfrutar do alimento como um dom de Deus, mas sem permitir que ele governe a nossa vida.

    A verdadeira satisfação não vem do prato cheio, mas do coração cheio de Cristo. Ele mesmo declarou: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim nunca terá fome” (João 6:35).

Conclusão

    A glutonaria não é um detalhe insignificante na vida cristã, mas um sinal de que precisamos alinhar nossos desejos ao coração de Deus. O cristão é chamado a viver em equilíbrio, cuidando do corpo, exercendo domínio próprio e lembrando que tudo deve ser feito para a glória do Senhor — inclusive a forma como nos alimentamos.

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