O corpo como presente de Deus
Desde o início, Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego da vida (Gênesis 2:7). Isso mostra que o corpo humano não é um acidente biológico, mas uma obra intencional do Criador.
Nosso corpo foi criado para ser instrumento de comunhão com Deus e expressão da Sua glória. Mais tarde, Paulo reforça essa verdade:
“Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19).
O corpo deveria ser templo, lugar de habitação de Deus. Mas com a queda, ele passou a expressar não mais a glória do Criador, e sim a rebelião do homem.
O corpo após a queda
Depois do pecado, o corpo humano deixou de viver em função do Espírito e passou a viver em função dos desejos da carne. A Bíblia descreve essa condição como escravidão:
“Pois sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum” (Romanos 7:18).
A queda trouxe várias consequências:
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Corrupção física – o corpo tornou-se sujeito à doença, dor e envelhecimento.
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Corrupção moral – nossos membros, criados para servir a Deus, passaram a ser usados como instrumentos do pecado.
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Corrupção espiritual – o corpo já não expressa a presença de Deus, mas a inclinação humana para a autossatisfação.
Em vez de ponte entre o Criador e a criação, o homem se tornou agente de sofrimento para si mesmo e para o mundo.
A distorção da identidade corporal
A perda da função original do corpo também gerou confusão. Muitos já não sabem como olhar para si mesmos. Há quem rejeite o próprio corpo, há quem o idolatre, há quem use o corpo para ferir a si ou aos outros.
Sem a referência divina, o corpo passa a ser mal interpretado. Em vez de templo, ele é reduzido a objeto de prazer, instrumento de vaidade ou até alvo de desprezo.
Mas à luz das Escrituras, entendemos que o corpo não é um erro nem um fardo. Ele é parte do plano criador de Deus, e só o Espírito Santo pode nos conduzir a usá-lo de forma correta.
O corpo restaurado em Cristo
A obra da redenção não se limita à alma; ela alcança também o corpo. Em Cristo, somos chamados a oferecer o corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Romanos 12:1).
Isso significa que nossos olhos, mãos, pés, boca e todo o nosso ser devem glorificar ao Senhor. Além disso, a promessa final da redenção inclui a ressurreição do corpo:
“Pois assim como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados” (1 Coríntios 15:22).
O corpo mortal, sujeito à corrupção, será transformado em corpo incorruptível, glorioso, semelhante ao corpo ressurreto de Cristo.
Aplicação prática
Viver a redenção no corpo envolve escolhas diárias:
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Usar o corpo como instrumento de adoração, e não de pecado.
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Cuidar do corpo como mordomos, reconhecendo que ele pertence a Deus.
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Rejeitar a idolatria da aparência ou do prazer, lembrando que o corpo tem um propósito maior: glorificar ao Criador.
Cada ação física, desde um gesto de bondade até o trabalho diário, pode se tornar ato de culto quando feito em Cristo.
Conclusão
O pecado corrompeu o corpo humano, afastando-o do propósito divino. Mas em Cristo, o corpo é restaurado como templo do Espírito Santo e receberá, no futuro, a glória da ressurreição.
Assim como cuidamos de um templo físico, devemos cuidar e consagrar o corpo ao Senhor, sabendo que ele não nos pertence, mas foi comprado por alto preço (1 Coríntios 6:20).
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