terça-feira, 7 de outubro de 2025

📌Redenção: Capítulo 7 – A perda do fruto do trabalho


O trabalho como parte do plano divino

Desde o início, o trabalho não foi uma maldição, mas uma benção. Antes mesmo da queda, Deus colocou o homem no Éden para cultivar e guardar o jardim (Gênesis 2:15). O trabalho era expressão de parceria entre o Criador e a criatura, um meio de glorificar a Deus e participar do Seu cuidado pela criação.

No plano original, o fruto do trabalho humano era abundância, harmonia e satisfação. Cada esforço estava ligado ao propósito eterno de Deus.


O trabalho após a queda

Quando o pecado entrou no mundo, o trabalho deixou de ser prazer e se tornou fardo. Deus disse a Adão:

“No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás” (Gênesis 3:19).

A partir daí, o esforço humano passou a ser marcado por dor, frustração e desgaste. O que antes era parceria com Deus, agora se tornou sobrevivência.

Além disso, o fruto do trabalho passou a ser muitas vezes injusto: uns acumulam riquezas à custa da opressão de outros, e muitos trabalham duro sem desfrutar do resultado.


O domínio entregue ao inimigo

Na tentação de Jesus, Satanás declarou algo revelador:

“Dar-te-ei toda esta autoridade e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e a dou a quem eu quiser” (Lucas 4:6).

Isso mostra que, com a queda, o homem entregou parte de sua autoridade ao inimigo. Aquilo que deveria glorificar a Deus passou a ser usado para engrandecer o mal.

Assim, o fruto do trabalho humano se perdeu em idolatria, vaidade e destruição. Basta olhar para tantas indústrias, ideologias e sistemas que produzem não vida, mas morte: drogas, violência, guerras, exploração.


O trabalho sem sentido

O livro de Eclesiastes mostra o drama da vida sem Deus:

“Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Eclesiastes 1:3).

Sem a presença de Deus, o trabalho se torna vazio, uma corrida sem fim. Muitos constroem impérios, mas não encontram paz. Outros vivem para acumular bens, mas morrem sem levar nada.

Essa é a realidade da perda: o trabalho, que deveria ser louvor a Deus, se torna peso, frustração e vaidade.


O resgate do trabalho em Cristo

A redenção também alcança a nossa forma de trabalhar. Paulo ensina:

“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Colossenses 3:23).

Em Cristo, o trabalho volta a ter sentido. Ele deixa de ser apenas meio de sobrevivência e passa a ser ato de adoração. Cada tarefa, grande ou pequena, pode glorificar a Deus quando feita com fidelidade e gratidão.

Além disso, a promessa futura é de que reinaremos com Cristo em novos céus e nova terra — e lá o nosso trabalho será pleno, livre de suor e dor, totalmente para a glória de Deus.


Aplicação prática

A perda do fruto do trabalho nos desafia a rever como usamos nosso tempo e esforço. Algumas reflexões práticas:

  • Trabalhe com excelência, mas não para idolatrar o sucesso.

  • Veja seu trabalho como serviço a Deus e aos outros, não apenas como fonte de renda.

  • Busque equilíbrio: não permita que o trabalho se torne fardo que rouba sua paz e sua comunhão com Deus.


Conclusão

Com a queda, o homem perdeu a plenitude do trabalho: o esforço passou a gerar suor, dor e frustração. Porém, em Cristo, o trabalho volta a ter sentido eterno. Ele nos lembra que tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus e que, um dia, participaremos do trabalho perfeito no Reino eterno.

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